Sujo, muito sujo. Estavam ali em cada canto, emporcalhando tudo. Formigas rodeando aquilo já fora doce e que agora era podre.
O cheiro... nada convidativo. Eu estava lá. Você também. Eu não via o que acontecia, mas assumi os riscos. Eu não era eu, eu era um nós. Um nó. Um só. E sujos.
Na boca dos outros parecia tão feio, parecia fétido, parecia errado. Pela boca dos outros, eu mesma mudaria de idéia. Era estranho pensar, que nós, tão sujos, não éramos culpáveis.
Porque a sujeira tava na boca dos outros (e na boca dos outros deveria permanecer).