quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Monstros existem (eu os criei)

Quinze anos e dez meses de medo
do escuro,
dos latidos dos cachorros na madrugada,
dos filmes de terror,
das velhas lendas
e dos monstros que aparecem enquanto fecho os olhos no banho.
Eu, criança amedrontada.

Água fria

Meu corpo desacostumado á surra do chuveiro gelado de manhã
treme e implora por roupas quentes.
De repente a água não é mais gelada
meu corpo é gelado também
meu corpo é a água também.
Eu fria.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Aurora

E até que acorde o primeiro pássaro a anunciar o Sol, seremos eu e você. Unidos na solidão dos meus pensamentos.
Dança silenciosa.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Meu bem, saudade é pra quem tem.

Me dá aqui tuas fraquezas
me dá teus pesadelos

Me deixa acariciar a ausência da tua pele
me deixa carregar as sacolas pesadas

O que for
só pra sentir a calmaria do teu riso.

sábado, 17 de setembro de 2011

Continue Nadando


Estou a frente do meu tempo ou estou atras?
Seria tão conveniente guardar esses olhares na minha cabeça
No album de fotografias, os sorrisos.
Conveniente mesmo seria ir em frente.
Dar a eles algo com que se importar.
Eu me importo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pelo incerto, pelo não dito.

Mesmo que a música toque outra vez,
mesmo que os caminhos se cruzem outra vez,
seria, ainda assim
incerto.

Ainda que o sol venha a tua porta (e virá)
ainda que eu volte pra casa (e voltarei).
seria mesmo
incerto.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Só, somente.

Essa paixão eu guardo pra mim
protejo de ti
que todo encanto e beleza que existe nesse violento trago de realidade seja suficiente pra entorpecer-te a alma.

domingo, 4 de setembro de 2011

Conforto



Compartilha o sol que nasce do brilho dos teus olhos
lágrimas guardadas pra mais tarde
deixa entrar
o medo e suas incertezas
e fingir conforto atraves d'um riso torto
morto.

sábado, 3 de setembro de 2011

Contramão

Pra inconstância demos outro nome:
estrada.
uma só mão.
ida
nunca volta.
Voltar era suposição
contradição.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Adeus


E não era como se fosse voltar
mas também não era triste como a voz de despedida
um frágil sussuro
dissipado pelo vento
agredido pelo tempo
e contido num segredo.

sábado, 13 de agosto de 2011

Na boca dos outros.


Sujo, muito sujo. Estavam ali em cada canto, emporcalhando tudo. Formigas rodeando aquilo já fora doce e que agora era podre.
O cheiro... nada convidativo. Eu estava lá. Você também. Eu não via o que acontecia, mas assumi os riscos. Eu não era eu, eu era um nós. Um nó. Um só. E sujos.
Na boca dos outros parecia tão feio, parecia fétido, parecia errado. Pela boca dos outros, eu mesma mudaria de idéia. Era estranho pensar, que nós, tão sujos, não éramos culpáveis.
Porque a sujeira tava na boca dos outros (e na boca dos outros deveria permanecer). 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Imensidão

- Tu acredita em E.T?
- Claro! O ser humano é muito besta e egoísta de achar que somos únicos num lugar tão grande que é o Universo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Essência

Era pequena.
"Um belisco de gente".
Não falava nem andava,
preferia rir ou chorar
e assim eu já dizia tudo.
Cresci.
Contraditoriamente,
ainda pequena.
Sei falar,
sei andar,
ler e escrever.
Rio,
choro...
E mesmo com tantas vantagens
nem eu mesma sei o que quero dizer.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Volta

Se te faz feliz,
eu vou.
Mas se te convém, me fala,
que eu fico.

Silêncio

Já é tarde da noite e ele continua fazendo minha cabeça zunir. Ele faz os olhos se cansarem, a boca se calar e o cérebro só ecoa palavras ditas pelo seu timbre baixo de voz. Seu ombro vira um refúgio, suas mãos e beijos na testa, o melhor antidepressivo do mundo. Ele faz o silêncio completo, ele faz tudo estar certo, é certo. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Insônia


Mais de três da madrugada e eu já não aguentava mais me mexer. 
“Dorme, dorme, dorme!” 
Os olhos teimam em abrir. 
De quem é a culpa? Da minha cabeça ou do travesseiro? 
“Da saudade.”

Ausência


Tão assim,
tão só, 
vem,
decora minha pele com a tua presença. 

Morte


  • - Acredita em vida após a morte?
  • - Não.
  • - Por que não?
  • - Bom, espero que não. Tenho tanto sono pra pôr em dia!

Medo

Se perguntaram o que havia na mente um do outro; 
se calaram na tentativa de escutar uma resposta.

Solitudine


A cabeça pra fora da janela do carro,
os olhos irritados por causa da poeira,
os cabelos bagunçados pelo vento.
A cidade era mais bonita aos 80 Km/h